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sábado, 2 de abril de 2011

Coral entrega esperança em asilo


Foto Site IASP - Alunos trocam sorrisos e abraços com a terceira idade



Por Meire Araujo

Cerca de 130 jovens se reuniram voluntariamente para cantar no asilo. O Lar de Velhinhos Santa Inês, como é conhecido, está localizado na cidade de Cordeirópolis, interior paulista, e nunca recebeu visita de um grupo vocal. A iniciativa é fruto do projeto “Eu tenho Esperança” e estréia a série de atividades comunitárias que o Coral Jovem do Centro Universitário Adventista de São Paulo, campus Hortolândia, pretende desenvolver até 2012.

Fundado em 1996 o Lar de Velhinhos Santa Inês possui uma equipe de aproximadamente 20 pessoas. São cozinheiras, enfermeiros, alguns voluntários e empresários que cuidam de 14 idosos. O local está construído numa área de 500m² e sobrevive de doações e verbas do Núcleo Assistencial Alvorada Cristã e da prefeitura de Cordeirópolis. Um dos responsáveis e fundadores do asilo, Haroldo Menezes, explica que o lugar é a realização de um sonho. “A dona Inês tinha um sonho. Então ela resolveu doar sua casa e com o dinheiro compramos este terreno”, conta ele. Muito tempo se passou e no ano de 2009 a doadora e homenageada Inês de Oliveira Cassiano se mudou para o asilo. Nesta época tinha 92 anos. Viveu seus últimos anos no lugar que idealizou e ajudou a construir.

Foi em uma sala pequena e improvisada que o coral se apresentou. Durante os poucos minutos que ali ficaram o grupo cantou quatro músicas sobre alegria, esperança e amizade. Enquanto cantavam alguns coristas se dirigiam até a platéia de 11 idosos para abraçar e entregar o livro “Tempo de esperança” do pastor Mark Finley. Dona Rute, 65, e seu Leonardo, 67, não paravam de sorrir. Seu Otávio, 84, bem concentrado escutava cada hino com muita atenção. E assim, o grupo trocava carinhos e afetos com a terceira idade.

“Eu entrei sem dar muita importância para o que iríamos fazer lá, mas a partir do momento que eu cumprimentei um idoso, e depois outro, tudo mudou”, argumenta Felipe Damasceno. Rodrigo fala que as palavras de uma senhora o emocionou muito. “Fixei meu olhar em uma senhora que não parava de rir. E ela ria pra mim e balança a cabeça como se concordasse com tudo que cantava”, diz. Já para Tatiane Bauermann que entrou este ano no coral a experiência foi muito gratificante. “Faz mais bem pra nós do que para eles. O coral deve fazer mais disso”, propõe a corista.

Sandra Cavalcanti, mais conhecida como Susie trabalha no asilo há quatro anos. A estudante de Assistência Social explica que a rotina começa cedo. “Eles acordam às 7h da manhã e só param às 20h30 com um café ou chá que servimos”, descreve. Para ela, cada residente ali já faz parte da sua vida. “Gosto muito daqui. Eles são maravilhosos”, revela. Já Haroldo adverte que poderia fazer mais pelos idosos. “Faço pouco. Aqui é uma batalha constante, mas quando olho para trás, percebo que posso continuar e fazer muito mais por eles”, explica o fundador do asilo.

Vítima de um incêndio, Luiz Angelino, 64, chegou no asilo muito debilitado. Meses depois, recuperado do tratamento, ele tem uma tarefa importante. Na verdade, um hobbie. Cuidar de toda a horta. Tudo o que é produzido ali é consumido pelos idosos e o que sobra é doado para a vizinhança. Após a apresentação do coral, seu Luiz compartilha sua felicidade com um dos professores do IASP, Ledimar Brianezi. “Gostei muito. Meu coração está muito alegre. Vocês poderiam vim sempre aqui”, fala entusiasmado.
A visita ao Lar de Velhinhos Santa Inês deixou marcas e emocionou vários coristas no dia 12 de março. De acordo com o professor Ledimar Brianezi, foram os “20 minutos de alegria” de muitos deles. Principalmente da dona Rute, que fazia aniversário naquele dia. “Essa foi a festa mais bonita que eu já tive”, fala emocionada.

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