Após 284 anos perdida, a obra “La Unione della Pace e di Marte", do compositor Antonio Vivaldi (1678-1741) foi restaurada e apresentada. A reestréia mundial aconteceu ontem, 4 de julho na abertura do Festival de música barroca em Praga. No entanto, a obra só havia sido executada uma única vez no ano de 1727, quando o rei francês Luís 15 comemorou o nascimento de suas filhas gêmeas Louise Elisabeth e Anne Henriette.
Tecnicamente, da tal “serenata” só restauram os seus libretos – folheto importante que contêm os diálogos e a história da peça, já que estes haviam sido distribuídos ao público.
Para o maestro, compositor e cravista Ondrej Macek, responsável pela restauração, disse as agências de notícias que a partitura desta peça musical não foi encontrada e por isso, teve que ser recontruída a partir de melodias que aparecem em outras óperas de Vivaldi.
"Lendo o libreto pela primeira vez, constatei que muitas melodias não me eram desconhecidas. Como o compositor não tinha muito tempo para criar esta serenata, logicamente utilizou trechos de outras óperas", afirma o especialista em música barroca.
A serenata “L'Unione della Pace, e di Marte” será executada pelo grupo internacional Hof-Musici em várias ocasiões. O grupo segue com esta apresentação até meados de outubro. Confira http://www.hofmusici.cz/cs/kalendar
Como muitos dos compositores de sua época, Vivaldi frequentemente reaproveitava árias para serem usadas em diferentes óperas. A partir dessa constatação e de seu conhecimento da obra de Vivaldi, o músico tcheco Ondrej Macek reconstruiu "La Unione della Pace e di Marte".
Para ele, a reconstrução da ópera foi uma grande aventura e que existem muitas outras obras de Vivaldi "esperando para serem redescobertas", já que há muitos libretos do compositor guardados em arquivos, à espera de mais estudos sobre eles.
Em 2008, Macek já havia reconstruído outra obra de Vivaldi, “Argippo”, que havia sido lançada em 1730 e ficado 278 sem ser tocada ao público.
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